On quarta-feira, 14 de julho de 2010 6 comentários

Boa tarde pessoal. Hoje, aqui no C.D.C., iremos tratar de um assunto bastante negligenciado em nosso meio, afinal, está na "moda" pregar um evangelho extremamente discrepante com o pregado por Jesus. Por isso, acomode-se onde você está, e reflita no que segue.



Vivemos dias sufocantes, onde o que impera é a busca desenfreada por prazer, pela realização dos nossos planos, nem que para isso tenhamos que passar por cima não apenas dos valores, da verdade, do que é correto e das pessoas, mas principalmente da palavra de Deus. Não é difícil constatar, basta observar com maior atenção as conversas nas ruas, ou simplesmente ligar a televisão e acompanhar por alguns minutos um debate acalorado nestes programas sensacionalistas.

Por falar nisto, há algumas semanas atrás, estava esperando o sono chegar e com o controle remoto na mão passava os canais em busca de algo proveitoso para assistir quando me deparei com um entrave entre um grupo de especialistas (logicamente, sempre tem alguém que nada entende do assunto para fazer confusão), sobre um assunto polêmico. Não tive muita paciência para acompanhar até o fim, mas o pouco que vi e ouvi foi suficiente para perceber a realidade absurda com a qual nos deparamos em nosso cotidiano.

Parece engraçado ouvir pessoas descompromissadas com Deus relatando histórias, regras de fé e crenças embasadas em suas próprias experiências. Aparentemente é hilário ouvir indivíduos letrados, extremamente cultos, que professam uma fé fingida, e não satisfeitos em permanecerem no erro, induzem outros aos mesmos erros ou até piores.

E isto é um problema antigo, mas que permanece tão presente agora quanto nos tempos antecedentes a Cristo. O profeta Isaías relatou a insatisfação de Deus com pessoas que traziam sacrifícios, proferiam cânticos em "louvores" a Ele e nas palavras manifestadas pelo próprio Deus:
Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. (Isaías 29.13) Algo é familiar aqui, não?

Será que é apenas o nosso imaginário que visualiza os sacrifícios que nada nos custam, as ofertas regadas de hipocrisia, as orações recheadas de loucura, as atitudes mais profundas do coração demonstrando o que de fato somos?
(Isaías 1.11-17) Pergunto: de onde vem tudo isto?

John MacArthur brilhantemente afirmou que
o evangelho em voga hoje apresenta uma falsa esperança aos pecadores. Promete que podem ter a vida eterna e ainda assim continuar vivendo em rebelião contra Deus. Na realidade, encoraja as pessoas a declarar Jesus como Salvador, mas adiar o compromisso de obedecer-Lhe como Senhor. Promete salvação do inferno, mas não necessariamente libertação da iniquidade. Oferece falsa segurança às pessoas que se deleitam nos pecados da carne e desdenham o caminho da santidade. Ao separar a fé da fidelidade, esse evangelho ensina que a aquiescência intelectual é tão válida quanto uma obediência sincera à verdade.

E aqui questiono: Que tipo de doutrina é esta? Que cristianismo tosco é este? Que espécie de oferta é esta que temos entregado no altar do Senhor? Quando agimos com irreverência diante do que Deus fala em Sua palavra, inventando modismos, regras, dando nosso "jeitinho", como se Ele precisasse de alguma ajuda, "rasgando" as páginas da Bíblia objetivando encontrar textos isolados que comprovem, apóiem e ratifiquem o meu erro, a minha transgressão, o meu egoísmo, a falta de compaixão, enfim, a minha escolha deliberada em manter uma vida centrada em mim mesmo e longe daquele em quem tudo subsiste, damos crédito ao evangelho citado acima, e como Paulo nos deixa claro, este é um evangelho corrompido, falho, mentiroso e por isso anátema, ou seja, maldito, pois não é o ensinado por Cristo, por isso precisamos de cautela diante do que ouvimos por aí.

"Mas ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema." (Gálatas 1.8)

Você pode até pensar que sou uma fanática religiosa, que gosta de ser sempre do contra, mas sinto informá-lo (e aqui não há nenhum sarcasmo), não sou. Não sou hipócrita nem intolerante com os erros alheios, tampouco sou uma super cristã ou um daqueles superespirituais. Sou apenas uma pessoa imperfeita, e que apesar dos percalços na caminhada cristã, tem zelo pelo compromisso que fez com Deus e por Sua palavra.

"O odor sulforoso do inferno não é nada comparado com o cheiro ruim emitido pela graça divina putrefata."
Helmut Thielicke tinha razão quando proferiu palavras tão fortes, não porém exageradas. E não é a graça divina que se corrompe, o homem é o agente de tudo isto.

É impossível dar testemunho da verdade se as nossas atitudes estão baseadas na mentira e se nossos pensamentos se resumem a usar o pecado como instrumento de transformação, porque em uma vida marcada pela presença de Deus os fins não justificam os meios, e a única coisa que deve imperar é a verdade. Esta sim traz liberdade e transformação.

"Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado
(espírito aberto, rasgado, disponível); coração compungido e contrito
(arrependido), não o desprezarás, ó Deus." (Salmos 51.17)

Senhor, o desejo do meu coração, é que a nossa vida seja a oferta aceita por Ti, que não haja em nosso ser qualquer traço de orgulho, de forma que os Teus olhos pairem sobre nós. Que sejamos humildes e reconhecedores da nossa pequenez e incapacidade, mas sobretudo, reconhecedores da Tua infinita graça, amor e bondade, e que o zelo pela Tua palavra e por Ti seja o que transborde em nossos corações.

Renunciar às imitações para receber o genuíno que deseja nos conceder. É tudo o que possuo para Te entregar, é tudo o que posso almejar e nunca poderá se comparar com o que fizeste por mim!

Reflitam nesta canção. Deus vos abençoe!


On sábado, 10 de julho de 2010 13 comentários

Bom, dia, boa tarde ou boa noite mais uma vez a você, leitor e amigo do C.D.C. (Conversa Decente Cristã). Estava com muita saudade de todos vocês, afinal, por hora, temos apenas uma postagem por mês para cada colunista deste Blog.

 P
or falar em nossos colunistas, gostaria de parabenizar nossos amigos, Anderson Alexandre, Marcelo Jr. e a bendita entre los hombres, Gerlane Oliveira. Como a Palavra de Deus é o Pão da Vida, não posso dizer que estou farto porque curiosamente, nunca nos fartamos desse Alimento, mas posso dizer que estou sendo muito bem alimentado pela Palavra de Deus, através de suas postagens -rsrs. Para meditação de cada um de nossos colaboradores, deixo Jz 6:14 (apenas o trecho que diz: "Vai nessa tua força").






Bem pessoal, sem mais delongas...
  1. "E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos.
  2. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;
  3. O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias (correntes) o podia alguém prender;
  4. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões (algemas de pés) e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.
  5. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras.
  6. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.
  7. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes.
  8. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.)
  9. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
  10. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província.
  11. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
  12. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.
  13. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.
  14. E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido.
  15. E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram.
  16. E os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e acerca dos porcos.
  17. E começaram a rogar-lhe que saísse das suas terras."  (Mc 5:1-17)


Bem... Vamos a conversa. Passei algumas semanas pensando seriamente nesta passagem. Muitos temas bastantes proveitosos saem desta rica passagem, como sobre a autoridade de Jesus sobre os espíritos imundos,  ou sobre libertação, amor, compaixão, missão. Porque Cristo Expulsou os demônios que habitavam naquele homem, amou-o a ponto de mover-se em favor dele e o homem após ser liberto foi anunciar o feito de Cristo em Decápolis (v20).

Mas hoje não gostaria de falar sobre o abençoado gadareno (foi isso que ele se tornou daquele dia em diante); mas gostaria de falar sobre um mau presente em Gadara, que denomino "A Síndrome de Gadara".

Observando o desenrolar da história, vemos que depois que Cristo expulsou os demônios daquele homem e a vara de porcos se precipitou despenhadeiro abaixo, os que cuidavam dos porcos se apressaram a correr e anunciar aos seus senhores o que havia acontecido com seus animais e eles logo foram ver o que havia acontecido. Na simbologia dos animais, vemos que algo imundo foi retirado daquele povo, tanto do próprio homem gadareno, como também daquela sociedade. Vemos que antes de sair daquele rapaz os demônios que se denominaram "Legião",pediram para não serem expulsos daquela província; mas para serem enviados a manada de porcos que por ali pastava. Isso para causar um último prejuízo naquele lugar, porque ao possuírem a manada se precipitaram no despenhadeiro para o mar, ou seja, saíram da província de qualquer modo. Mas para que serviu essa última ação daqueles demônios? Para revelar o mal de Gadara.

Gadara era uma das dez cidades que formavam a liga de Decápolis, cidades ricas, de cultura grega que conviviam com sua arte, filósofos, cidades que administravam seus próprios negócios e cunhavam suas próprias moedas. Gadara tinha um grande potencial comercial e por ficar a 378m acima do nível do mar e proporcionar uma bela vista sobre a zona norte do Vale do Jordão, o Mar de Galileia e as colinas de Golán, tinha também um grande potencial turístico.

O povo de Gadara era rico, e como qualquer outro rico (com raras exceções) tinham muito apreço por suas riquezas e posses. Tanto que revelam ter perdido o apreço pelo seu próximo. Depois do que Cristo fez ao, antes endemoninhado, homem gadareno, aquele povo deveria dar glórias a Deus e seguirem todos a Cristo, por seu amor, poder e compaixão demonstrados ali. Aquele homem que antes, vivia entre os sepulcros clamando de dia e de noite e se ferindo com pedras, já havia tido, como diz o texto, seus pés e mãos presos em cadeias e grilhões. Isso é um sinal de que ele não fazia mal apenas para si mesmo; mas representava perigo para sociedade. E como se não vissem isso (e eu creio que não o viram, porque haviam sido cegados pelo deus deste mundo), eles começaram a rogar que Cristo deixasse suas terras. Desprezando assim o feito glorioso de Deus em libertar aquele homem, que não nasceu num Big Bang; mas tinha uma família, talvez seus pais e talvez ainda, mulher e filhos. Mas naquele momento nada disso importava. Eles haviam perdido seus porcos isso era um choque para sua vidas econômicas e eles não suportariam prejuízos maiores.

É, meu caro leitor. Nos parece que nossos dias não são tão diferentes assim dos dias passados. Muitos, até mesmo de nós cristãos, esquecemos o real significado de humanidade. Uma vivência e convivência baseada, claro, primeiramente em Deus, mais depois no ser humano, no próximo. Creio que se Jesus nos visitasse hoje e mensionasse esse "amar o próximo como a si mesmo" mais uma vez, talvez ele morresse novamente. Nossa mesquinhagem é tamanha agora, que não bastando negarmos ajuda, agora negamos o Amor, que nos foi dado de graça e em abundância por meio do sacrifício de Cristo. Essa verdadeira epidemia, o mau da S.G. (Síndrome de Gadara) se alastrou pelo mundo e cabe a nós, cristão, levar a cura, Cristo, para todos que sofrem deste mau, a começar por cada um de nós, que muitas vezes avaliamos uns aos outros pelas roupas, calçados, meio de transporte e desprezamos o fôlego de vida que o SENHOR soprou em cada um igualmente, e o preço que Ele pagou por cada um, igualmente.

Devemos parar de pensar que algo que temos ou deixamos de ter nos põe acima ou abaixo de alguém. Nós não custamos mais caro para Cristo do que nosso irmão que não tem um teto sobre sua cabeça.








Que Deus, em Cristo, vos abençoe ricamente em sabedoria e paz.

Alex Holliwer

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