“O ser humano não pode deixar de cometer erros;é com os erros que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro” – Plutarco.
Um dos maiores desafios que temos nesta vida passa pelo que são nossas verdadeiras boas intenções e a capacidade de vivenciá-las cabalmente. De quando em vez, nos deparamos com contradição de querer fazer algo e acabar fazendo exatamente o oposto. Ambigüidade?
O grande apóstolo Paulo também teve que experimentar isso na carne. Aliás, é assim mesmo que ele define isso no capítulo sete de sua carta aos romanos. Ele versa sobre duas leis opostas e excludentes que nele havia (e que em nós há, também).Ele diz que há uma luta sendo travada entre as leis no seu ser e, isto é conflitante, extenuante e escravizante. Até que ele desabafa: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?” (Romanos 7:24). Ah, Paulo. Homem de grande envergadura espiritual. Tão íntegro, tão usado, tão preparado, tão sábio, tão íntimo de Deus...e, tão humano. Ele desfrutava de intimidade com Deus e o temia muito, mas não era anjo (pra quem não há variações humanizadas), ele era apenas homem e, como tal, sujeito às limitações próprias dos da raça humana, mesmo alcançado pela graça de Deus.Tão humano!
Às vezes pensamos: como seria bom se anjos fôssemos! Mas não somos. Somos gente, feito de carne e osso, propensos a queda, a perder, uma vez que seja, batalhas que queríamos sempre ganhar. Somos gente, feitos de desejos, sonhos, utopias, medos, ilusões, fantasias, ávidos por histórias fascinantes, insaciáveis... somos gente.
É uma pena que esperemos de nós e dos outros a nossa volta aquilo que Deus sabe que não somos, nem seremos. Não somos deuses. Não somos anjos. É “engraçado”... Deus conta com a possibilidade de nossos erros. Nós não.
De toda forma, mesmo sabendo de tudo isso,quando perdemos a luta, nessa guerra no interior do ser, quando ambigüidades, contradições e dualismo nos assustam e a lei que vence é a lei do pecado, que tenazmente nos assedia, somos tomados de vergonha, dor e arrependimento sincero. O conhecimento da Palavra nos garante perdão, mas nós mesmos não conseguimos nos perdoar e nos olhamos com nojo e a constatação é a mesma do apóstolo Paulo: Eu sou um desventurado! Parece que quando pecamos e perdemos uma luta na batalha, esvaiu-se a bem aventurança toda, a felicidade querida e prometida arrefeceu.
Tão humano.Tão doído, tão envergonhado, tão vituperado, porém tão dependente da maravilhosa graça de Deus.
Rev. Aurélio Darlan.