Boa tarde pessoal. Hoje, aqui no C.D.C., iremos tratar de um assunto bastante negligenciado em nosso meio, afinal, está na "moda" pregar um evangelho extremamente discrepante com o pregado por Jesus. Por isso, acomode-se onde você está, e reflita no que segue.
Vivemos dias sufocantes, onde o que impera é a busca desenfreada por prazer, pela realização dos nossos planos, nem que para isso tenhamos que passar por cima não apenas dos valores, da verdade, do que é correto e das pessoas, mas principalmente da palavra de Deus. Não é difícil constatar, basta observar com maior atenção as conversas nas ruas, ou simplesmente ligar a televisão e acompanhar por alguns minutos um debate acalorado nestes programas sensacionalistas.
Por falar nisto, há algumas semanas atrás, estava esperando o sono chegar e com o controle remoto na mão passava os canais em busca de algo proveitoso para assistir quando me deparei com um entrave entre um grupo de especialistas (logicamente, sempre tem alguém que nada entende do assunto para fazer confusão), sobre um assunto polêmico. Não tive muita paciência para acompanhar até o fim, mas o pouco que vi e ouvi foi suficiente para perceber a realidade absurda com a qual nos deparamos em nosso cotidiano.
Parece engraçado ouvir pessoas descompromissadas com Deus relatando histórias, regras de fé e crenças embasadas em suas próprias experiências. Aparentemente é hilário ouvir indivíduos letrados, extremamente cultos, que professam uma fé fingida, e não satisfeitos em permanecerem no erro, induzem outros aos mesmos erros ou até piores.
E isto é um problema antigo, mas que permanece tão presente agora quanto nos tempos antecedentes a Cristo. O profeta Isaías relatou a insatisfação de Deus com pessoas que traziam sacrifícios, proferiam cânticos em "louvores" a Ele e nas palavras manifestadas pelo próprio Deus: Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. (Isaías 29.13) Algo é familiar aqui, não?
Será que é apenas o nosso imaginário que visualiza os sacrifícios que nada nos custam, as ofertas regadas de hipocrisia, as orações recheadas de loucura, as atitudes mais profundas do coração demonstrando o que de fato somos? (Isaías 1.11-17) Pergunto: de onde vem tudo isto?
John MacArthur brilhantemente afirmou que o evangelho em voga hoje apresenta uma falsa esperança aos pecadores. Promete que podem ter a vida eterna e ainda assim continuar vivendo em rebelião contra Deus. Na realidade, encoraja as pessoas a declarar Jesus como Salvador, mas adiar o compromisso de obedecer-Lhe como Senhor. Promete salvação do inferno, mas não necessariamente libertação da iniquidade. Oferece falsa segurança às pessoas que se deleitam nos pecados da carne e desdenham o caminho da santidade. Ao separar a fé da fidelidade, esse evangelho ensina que a aquiescência intelectual é tão válida quanto uma obediência sincera à verdade.
E aqui questiono: Que tipo de doutrina é esta? Que cristianismo tosco é este? Que espécie de oferta é esta que temos entregado no altar do Senhor? Quando agimos com irreverência diante do que Deus fala em Sua palavra, inventando modismos, regras, dando nosso "jeitinho", como se Ele precisasse de alguma ajuda, "rasgando" as páginas da Bíblia objetivando encontrar textos isolados que comprovem, apóiem e ratifiquem o meu erro, a minha transgressão, o meu egoísmo, a falta de compaixão, enfim, a minha escolha deliberada em manter uma vida centrada em mim mesmo e longe daquele em quem tudo subsiste, damos crédito ao evangelho citado acima, e como Paulo nos deixa claro, este é um evangelho corrompido, falho, mentiroso e por isso anátema, ou seja, maldito, pois não é o ensinado por Cristo, por isso precisamos de cautela diante do que ouvimos por aí.
"Mas ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema." (Gálatas 1.8)
Você pode até pensar que sou uma fanática religiosa, que gosta de ser sempre do contra, mas sinto informá-lo (e aqui não há nenhum sarcasmo), não sou. Não sou hipócrita nem intolerante com os erros alheios, tampouco sou uma super cristã ou um daqueles superespirituais. Sou apenas uma pessoa imperfeita, e que apesar dos percalços na caminhada cristã, tem zelo pelo compromisso que fez com Deus e por Sua palavra.
"O odor sulforoso do inferno não é nada comparado com o cheiro ruim emitido pela graça divina putrefata." Helmut Thielicke tinha razão quando proferiu palavras tão fortes, não porém exageradas. E não é a graça divina que se corrompe, o homem é o agente de tudo isto.
É impossível dar testemunho da verdade se as nossas atitudes estão baseadas na mentira e se nossos pensamentos se resumem a usar o pecado como instrumento de transformação, porque em uma vida marcada pela presença de Deus os fins não justificam os meios, e a única coisa que deve imperar é a verdade. Esta sim traz liberdade e transformação.
"Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado (espírito aberto, rasgado, disponível); coração compungido e contrito (arrependido), não o desprezarás, ó Deus." (Salmos 51.17)
Senhor, o desejo do meu coração, é que a nossa vida seja a oferta aceita por Ti, que não haja em nosso ser qualquer traço de orgulho, de forma que os Teus olhos pairem sobre nós. Que sejamos humildes e reconhecedores da nossa pequenez e incapacidade, mas sobretudo, reconhecedores da Tua infinita graça, amor e bondade, e que o zelo pela Tua palavra e por Ti seja o que transborde em nossos corações.
Renunciar às imitações para receber o genuíno que deseja nos conceder. É tudo o que possuo para Te entregar, é tudo o que posso almejar e nunca poderá se comparar com o que fizeste por mim!
Reflitam nesta canção. Deus vos abençoe!