On sexta-feira, 14 de janeiro de 2011 4 comentários


Falar de fé é mais difícil do que parece; bem mais cômodo e comum falar da pouca fé e por que não, da falta dela. Que se dirá então da fé em algo vão, misticismos e coisas do gênero. É comum nos dias de hoje, o encorajamento de uma fé imatura em prol unicamente para alcançar bens materiais, sucesso profissional e uma vida de fartura - a tão conhecida doutrina da prosperidade. Apesar disso, não vou bombardear esta falsa prática, algo que ainda farei, mas não agora, não neste texto.

Enquanto escrevia estas palavras, milhares de pessoas apenas começavam a enfrentar uma situação de desespero e morte causados pelas chuvas e pelo descaso dos homens... Momento certo para abordar este assunto, afinal, é nos momentos onde o caos impera que nossa fé é provada e podemos perceber o quanto somos fortes quando pensamos o contrário.

Para Deus todas as coisas são possíveis. E quando a Bíblia diz todas, são todas. Ponto final! E fé é algo que precisamos exercitar. É necessário ter fé para nos aproximarmos de Deus, é por meio da fé, e fé em Cristo Jesus, que somos justificados perante Deus. Ela é o indicador do quanto confiamos e descansamos no Senhor.

"De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam." (Hebreus 11.6)

A fé requer atitude. Deus se agrada quando demonstramos atitudes baseadas em uma fé sólida e ousada, baseada na grandeza de quem Ele é e nunca na pequenez de quem somos. Moisés com uma vara abriu o Mar Vermelho, e pela fé, uma nação passou a seco por sua vastidão. Imagino o temor desse povo - à sua frente águas profundas cuja imensidão não se podia medir, às suas costas, um homem demente e seus comandados perseguindo-os com o único objetivo de matá-los.

Penso como deve ter sido terrível Abraão levando seu filho para o sacrifício. O coração sangrando, mas determinado... Em Isaque amedrontado ao olhar a expressão angustiada do pai. "Pai, onde está o sacrifício?" "Não se preocupe filho, Deus irá provê-lo." Um teste de fé! Homens iletrados, que revestidos pelo poder do Espírito romperam barreiras, levando o Evangelho a lugares onde jamais sonharam ir, onde seus pés nunca haviam pisado. Nada foi capaz de pará-los: limitações, medo, prisões, tortura, morte. Nada!

Uma mulher doente há doze anos que entendeu que tocar a roupa do Mestre era suficiente para sua cura, apesar de todo o preconceito à sua volta. O cego que clamou o mais alto que pôde para voltar a ver (ainda assim, sempre teve o principal: era o único que enxergava de fato no meio da multidão, apesar de sua visão física debilitada).

Pessoas que perderam tudo: casa, documentos, família, sonhos, cujos olhos são apenas lágrimas, mas ainda assim demonstram que é possível recomeçar, e no meio da tragédia, sua fé transforma-se em gratidão: "perdemos tudo, mas não o mais importante. Estamos vivos e Deus nos ajudará a construir uma nova vida em cima dos destroços da dor."

Atitudes ousadas de fé, como essas, é tudo o que precisamos! Crer que o impossível se faz possível não por quem somos ou fazemos, mas por quem Ele é, faz e pode fazer. Fé muito além de esperar e nada fazer, esperando que tudo caia como mágica em nossas mãos, mas uma fé crescida, de alguém que busca, espera, descansa e tem um relacionamento genuíno com Deus, crendo que o melhor Ele fará, ainda que nos conceda algo diferente do que pedimos ou pensamos, porque indiscutivelmente, sempre nos dá o melhor.

Fé pra fazer diferença. Não apenas esperando coisas grandiosas, embora, é certo, se tivermos fé, elas acontecerão. Foi o que Jesus nos disse, e Ele não mentiu a respeito disso, bem como em tudo o que nos falou. Fé acima de tudo, para contemplá-lo, que gera vida e santidade, e aí sim, fé para podermos vê-lo face a face.

Coloque o pé na água, olhe pro céu, pois de lá vem o seu socorro. Permita que sua fé seja uma semente de mostarda, pois ainda que seja pouca, ao exercitá-la, ela se tornará forte, grande e vigorosa. Uma fé capaz de mover muito mais que montanhas e lançá-las ao mar.

E guarde uma coisa consigo: "Deus quer abrir o mar pra você, mas antes... antes você precisa crer!"

Concluo deixando este vídeo, cuja música foi inspiração pra este post. Sei que deixo vídeos quase sempre, tenho uma razão pra isto, mas prometo que de agora em diante vou procurar reduzir a constância deles aqui. Deus os abençoe.

Em Cristo,
Gerlane Oliveira.

On sábado, 8 de janeiro de 2011 3 comentários


(Quero deixar bem claro que este é um exercício de FICÇÃO. É uma suposição de como o fato pode ter acontecido. Não é nenhuma "revelação" extrabíblica, mas apenas as suposições e a fantasia de um simples escritor)

Desde pequena eu sabia o que era certo.
Meu pai, um dos principais da sinagoga, fazia questão de nos ensinar toda a Torá desde pequeninos. Na verdade, ele ensinava somente aos meus irmãos, mas eu me aventurava em ouvir os ensinos, escondida atrás da porta. Achava fascinante, e ao mesmo tempo pesado… eram tantas leis, tantos mandamentos…
Será que algum homem seria capaz de cumpri-los todos? Sinceramente, achava impossível… e me calava.
A esperança brilhava nos meus olhos quando o ouvia falando do tal messias, o que viria para salvar o seu povo. Como deveria ser? Será que o tal messias me olharia um dia nos olhos? Ou será que estava condenada a viver minha vida toda atrás das portas… escondida dos homens?
O tempo passou. Cresci, e ainda em minha adolescência fui obrigada a casar com um homem a quem não amava. Era o costume, e assim foi… Eu era cuidada por ele como um objeto precioso, havia respeito, mas não amor, amor que eu tanto procurava. Os amigos de meu pai me consideravam uma jovem muito bonita e faziam questão de externarem suas opiniões. Eu gostava. Não ouvia tais elogios de meu marido.
Fui me acostumando àqueles elogios. Na verdade alguns eram até ousados demais, e me deixavam sem graça, pois percebia suas intenções, podres intenções. Eram homens casados também, oficiais na sinagoga, alguns anciãos, outros mais jovens, mas queriam que eu os servisse, nem que fosse por uma noite apenas.
Aquela situação me causava muito desconforto. Sentia raiva,e até mesmo nojo daqueles homens… exceto um, que me chamava a atenção. Era casado também, mas parecia me querer bem… fui seduzida!
Nunca imaginara trair meu marido, mas naquela madrugada, antes do nascer do sol me entreguei àquele homem. Nem de longe imaginava o que ainda estava por acontecer.
Os outros homens, amigos do meu pai, haviam percebido o meu envolvimento, e seguiram-nos até nos pegarem em pleno ato de adultério. Meu dia estava apenas começando. Quanta vergonha!!!
Pegaram-me, nua, e carregaram-me para o Templo, onde um homem de Nazaré ensinava naquela manhã que nascia. Havia uma multidão para ouvi-lo. A vergonha era maior ainda. Muitos me conheciam… muitos conheciam meu pai… muitos conheciam meu marido.
Tive medo!
Fui jogada no meio da multidão, que se acotovelava para ouvir o tal profeta Galileu. Achei estranho perceber que estava só. Apesar de eu e meu então amante sermos pegos juntos no ato de adultério, apenas eu fui levada como adúltera… ele não!
Olhei então e vi aqueles homens que antes me assediavam, perguntando àquele Rabi: “mestre, esta mulher foi surpreendida em adultério. Na lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. Tu, porém, o que dizes?”
Eu olhava aquela cena e meu nojo aumentava. Os homens que queriam apedrejar-me eram os mesmos que viviam se insinuando para mim. Quanta hipocrisia. Quanto ódio tive da religião!
O tal Rabi galileu permanecia calado.
De repente, inclinou-se e começou a escrever na terra com seu próprio dedo. Eu não acreditava no que meus olhos começavam a ler.
Aquele homem começou escrevendo o meu nome, e abaixo do meu nome começou a enumerar os meus pecados. TODOS os meus pecados!
Eu queria a morte naquele momento. Que as pedras viessem logo. Não suportaria tanta vergonha.
Num ímpeto, o Rabi levantou-se e disse àqueles homens, meus censores, prontos a colocar sob um monturo de pedras mais uma adúltera: “quem dentre vós que não tem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!” … E voltou a escrever meus erros na terra.
Algo muito estranho começou a acontecer: a começar dos mais velhos, um por um, forma largando as pedras em seus pés, virando as costas, e indo embora.
Ficamos só eu e o tal profeta.
Eu tremia!
Ele calmamente levantou-se e veio em minhas direção. Percebi algo no seu olhar. Era diferente. Ele não me desejava. Vi amor no seu olhar. Nunca antes alguém havia me olhado assim. Enquanto caminhava em minhas direção, não tive como não perceber que suas pegadas firmes e constantes, pisavam e apagavam a minha enorme lista de pecados. Lembrei-me de um texto que sempre ouvia meu pai ensinar aos meus irmãos: “pelas suas pisaduras fomos sarados”.
Seria esse Rabi, diante de mim, o messias esperado? Bem que eu já havia ouvido rumores a respeito disso.
Ele aproximou-se de mim, e tirando a sua capa, cobriu a minha nudez. Perguntou-me com uma voz inconfundivelmente firme e amorosa: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”
Minha voz trêmula conseguiu balbuciar: “Ninguém, Senhor!”
Ele então, segurando em minhas mãos e erguendo-me do chão, olhou nos meus olhos e disse: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.”
Meus olhos marejados ainda puderam ver aquele homem se afastando e voltando a ensinar o povo. Eu estava verdadeiramente diante do messias!
Olhei para o chão e lá estavam todos os meus pecados apagados pela sola dos pés daquele rabi. Só uma coisa não havia sido pisado: o meu nome! Ele estava intacto, escrito pelas mãos do próprio salvador. Lembrei-me então de um outro texto sempre recitado pelo meu pai, acerca do messias: “Ele não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que ainda fumega…”
Fui para casa… mas sabia que daquele dia em diante nunca mais seria a mesma. Nunca esquecerei de seu olhar, sua voz, e seu amor: “Nem eu te condeno!”
Prossigo em meu caminho, às vezes tropeçando, mas sempre com sua fala graciosa ecoando em mim: “Vai, e de agora em diante… não peques mais!”
Por: José Barbosa Júnior
Fonte: CrerEPensar.com.br
Espero que tenham apreciado o texto. Sem dúvida eu gostei muito. Deus abençoe ricamente sua vida.

Com amor,
@AlexHolliwer

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