Como diria meu amigo e colunista do C.D.C, Alex Holliwer, bom dia, boa tarde ou boa noite a você caro leitor. Hoje, iremos falar um pouco sobre algo que é muito constante em nossas vidas. Por isso, convido-o a parar um pouco, acomodar-se no universo desta palavra que tenho certeza, irá falar ao coração de cada um, afinal, este é nosso objetivo, fazer com que a Palavra viva e eficaz encontre morada em seus corações. Dito isto, vamos lá.
A mãe havia feito um bolo muito apetitoso. Ah! Era a alegria do dia! Mas também havia dito que não podia comê-lo, não ainda, porque além de quente, ela ainda não tinha almoçado. Mas o que criança geralmente faz? Bom, iria apreciar o gostinho do bolo pelas beiradas, dessa forma, a mãe não iria notar. E durante o almoço, optou pela mesma tática - enrolar o máximo que podia com aquela comida horrorosa, de aspecto verde e gosto ruim, iria comer o feijão e arroz que estavam no canto do prato.
Quem nunca presenciou uma cena destas ou pelo menos nunca ouviu falar nisto, não é verdade? Talvez você deva estar se perguntando: o que será que isso tem de importante, que aplicação prática tem na vida? Bem, meditando em algumas coisas estes dias, notei que esta imagem tem tudo a ver conosco, não importa a nossa idade. Somos como crianças que fazem cara feia diante de certos alimentos e cujo mundo perfeito seria todo coberto de guloseimas prontos para serem consumidos a qualquer momento.
Tantas vezes temos investido em apreciar os cantos de nossas fraquezas, fazendo o possível para ter um pouco de alegria, ainda que momentânea, usando com maestria como bem sabemos fazer, máscaras para manter os vícios, os pecados mais íntimos, a aparência de pessoas que de fato gostaríamos de ser, mas que não existem, para que absolutamente ninguém perceba quem de fato somos.
Tantas outras, "torcemos o nariz" diante da verdade, de uma palavra mais dura, porém necessária, principalmente quando ouvimos o que precisamos e não o que queremos, que estamos errados, que deixamos de fazer o que deveríamos; principalmente quando a advertência vem de Deus!
E o que mais me pertuba, perseveramos em conhecer a Deus pelas beiradas! Isso mesmo! Como assim? Muito simples, meu tempo, minhas habilidades e minha vida é fatiada como um bolo, e todos (família, amigos, relacionamentos, trabalho, diversão, etc) recebem uma parte significativa dela, mas quando se trata de Deus, muitas vezes, não há nada, e quando há, não passa de farelos!
Infelizmente, tenho percebido isto em minha própria vida... Quantas são as vezes em que deixamos o desânimo tomar conta, o tempo corre como o vento e quando vemos já é hora de dormir; o cansaço é tão grande que nem mesmo agradecemos pelo dia ou o sono nos encontra no meio da oração. Ao abrimos os olhos, a correria continua e as preocupações do dia nos rouba a paz, o tempo para refletir e meditar na Palavra de Deus e ouvir Sua voz. Daí os problemas apenas aumentam, devido a falta de buscar sabedoria agimos por impulso, por precipitação.
Uma coisa entendo, Deus nos ama de tal forma que deseja nos conhecer completamente, não apenas em nossa tristeza e adversidade, mas em todo o tempo, quando o riso tomar a expressão de nossa alma, quando as lágrimas habitarem em nossos olhos, em nossa infância e juventude, e quando as rugas fizerem vincos em nossos rostos, em nossos medos e certezas, no ventre materno e em nosso leito de morte.
Da mesma forma, quero conhecê-lo. Não pelas beiradas! Não pelas beiradas! Não quero ser como a criança assustada, que "assalta" a geladeira à noite para sorrateiramente degustar o doce proibido, que sem consciência esquece que o alimento que julga ser bom não sustenta e nem dá crescimento, como o que é saudável, o qual não tem vez em seu prato. Não quero passar a vida correndo atrás do vento, atrás de vaidades, esquecendo da prioridade máxima - conhecer a Deus e ser conhecido por Ele. "Buscar-me- eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração." (Jeremias 29.13)
Livra-nos Senhor de uma vida vazia, das beiradas desse precipício, ao qual, como loucos, procuramos nos agarrar. Por que de verdade, se for preciso abrir mão de algo, ainda que me custe certos "benefícios", farei, desejo fazer, para viver a vida que tens preparado para mim!
"Não quero viver de aparências, eu não vou viver de aparências, a minha máscara Jesus quebrou!" (Thiago Grulha)